Tentações
- Lembre-se que é a tentação que fecunda os bons frutos.
- O demônio cumpre sua tarefa quando nos tenta e nós a nossa recorrendo a Deus.
- Nas tentações é necessário a paciência.
- No mar da vida nós, como os apóstolos no mar da Galiléia, cruzamos sobre nossa frágil barquinha, suspirando sempre por chegar ao porto do céu. Lamentavelmente às vezes se levanta uma inesperada e tremenda tempestade: tudo se faz escuro e a pobre barquinha de nossa alma, devido ao poder dos ventos que chocam entre si, é sacudida e levantada com violência pelas águas ameaçadoras que parecem tragá-la em seus redemoinhos. Trêmulos e cheios de medo, nós vamos até o Senhor dizendo-lhe como os apóstolos: salva-nos, pois estamos perdidos. Ele poderia nos responder: Homem de pouca fé, por que este medo, que é falta de confiança? Com efeito, desde o momento em que temos Jesus em nossa barquinha, por que nós teríamos que temer?
- O demônio sempre dá voltas ao nosso redor para encontrar como fazer-nos cair: confiemos sempre em Deus e na proteção da Virgem.
- Sabemos muito bem todos e cada um em particular a quantas tempestades, grandes ou pequenas, foi submetida nossa alma desde a mais terna idade, tempestades das quais fomos salvos por pura misericórdia divina. E como poderíamos resistir sozinhos a essas ondas furiosas, vencer aqueles terríveis furacões, se não fosse Jesus quem estava em nossa barquinha estendido sua mão divina e obedecidos prontamente os ventos e as tempestades? Por que então teria agora retirar aquela mão piedosa que tantas vezes nos salvou do naufrágio? Não nos perturbemos pois quando vem o ímpeto da tentação a perturbar a calma de nosso coração; conservemos a paz, com grande confiança no Senhor, e se parece que Ele dorme porque não sentimos sua divina presença, pensemos que Ele se encontra no fundo de nosso coração, de onde assiste em silêncio a nossa luta para ver o que somos capazes de fazer: enquanto isso dá-nos a graça para resistir e a força para vencer.
- Quando o demônio nos tenta, temos de dizer de coração: não quero ofender a Deus.
- Quanto às tentações, temos de despreza-las, como a um cão que ladra mas não morde.
- O demônio é como um cão acorrentado; pode ladrar, mas não pode morder, senão a quem se aproxima.
- Não temos que temer o demônio.
- Quando sentimos que o demônio nos tenta, ponhamo-nos nos braços de Maria, como meninos nos braços de sua Mãe.
- Jesus permitiu ser tentado para nosso exemplo e consolo.
- Nas tentações não é preciso ter medo: quando há medo com as feras, é pior; porque elas tornam-se atrevidas e mordem, assim faz aquela fera que é o demônio, se temos medo e nos angustiamos.
- O demônio não faz com as almas piedosas como pode fazer com os grandes pecadores que abertamente se entrega ao mal; com as almas devotas que se entregaram a Deus, dedicando-se ao seu serviço, usa outras artimanhas, recorrendo à simulação. Por exemplo, ele trata de persuadir-nos que em tal caso com tal pessoa temos de reagir e não deixar pisar; que ao dizer tal palavra, ao fazer tal ação não há nada de mal; que estamos em nosso pleno direito e talvez tenhamos a obrigação. Para isto nos trará boas razões e talvez até citará a Sagrada Escritura, como fez com Jesus no deserto escondendo debaixo da aparência de honestidade sua maldosa intenção. Assim raciocinando a sua maneira ofusca a inteligência e coloca em inquietude o coração, chegando as vezes a fazer-nos inclinar para o seu lado.
- Grande remédio contra a tentação é humilhar-se.
- Temos de prevenir-se contra as tentações como fez Jesus, ou seja, com a mortificação, o recolhimento, a oração.
- Nas tentaçõs, nunca discutir com o demônio, porque há o perigo de cair em seus laços.
- En lugar de ficarmos discutindo com ele que é tão astuto, protejamo-nos imediatamente com as palavras do Senhor: Vade retro, satanás: vete satanás. (vai embora, satanás).
- Os grandes santos foram provados por grandes tentações.
- São muitos os demônios; mas se temos as portas dos sentidos bem fechadas, não poderão entrar em nossa alma.