- As inquietações, tenhamos claro em nossa mente, são sempre da "parte do demônio". Renovemos o espírito a cada momento e descansemos na misericórdia do Senhor, que absorve todas as debilidade de nossa natureza enferma.
- Lhe direi unicamente que reafirme a cada momento a confiança no bom Deus, e fique seguro, por que às vezes ele nos nega os consolos do espírito, mas não nos retira a resignação à sua vontade, que é a raiz de todo nosso mérito.
- Coragem! Abaixa a cabeça e segue em frente.
- Bendito seja Deus que faz fecundar os campos... e seja duas vezes bendito quando castigando os pecados, desperta também nos corações a fé e a piedade.
- Chegar a um povoado no momento em que uma terrível flagelo (o granizo) detrói as melhores esperanças e ver no rostos as imagens da resignação cristã e encontrar vontades dobrada à vontade do Senhor e os corações abertos a esperanças imortais... Oh espetáculo comovedor e cheio de edificação.
- Seja dócil às inspiraçõs do Espírito Santo, deixando-se conduzir por Ele em todas as coisas. diga ao Senhor: "Eu sou todo teu e não tenho outro desejo senão de que se cumpra tua santa vontade, ainda que a custa de sacrifícios, e privado de consolos, também cheio de aflições; estou pronto para tudo, ó Senhor: faze de mim o que quizeres".
- Deus vela sobre nós com a mais terna solicitude.
- O abandono total na Providência constitui o mais alto grau da perfeição.
Abandono em Deus
Agradecimento
- Todos os que nos bendizem, e ainda mais, os que nos beneficiam, sejam eles também benditos do Senhor Jesus agora e sempre.
- Como tem sido grandioso o Senhor em nós com sua graça! Quantos benefícios espirituais e temporais nos tem feito! Temporais, concedendo-nos a saúde e provendo-nos de tudo o que necessitamos, enquanto tantos pobres que gemem na miséria: espirituais, com todas as graças já dadas à nossa alma e todas as consolações celestiais com que quis alegrar o nosso coração.
- A Igreja muitas vezes em sua liturgia dirige a Deus a palavra de agradecimento: "graças a Deus", com isto nos ensina que nossa oração deve ser antes de tudo uma oração de agradecimento, entretanto temos que dizê-lo sempre com o coração, à espera de ir a repetí-lo eternamente lá no céu. Acordemo-no que o dar graças atrai novas graças.
- Devemos alimentar no coração um vivo agradecimento a Deus por tantos benefícios que nos tem feito, também ser agradecidos aos homens quando ele nos fazem o bem.
Amizade
- Nos escreveremos com frequência, mas de tal modo de ambas partes, nossas cartas possam ser essencialmente confidenciais e não seja lida por qualquer um. Escreva-me com o coração e não me ocultes nada.
- Amigos, sempre no coração amorosíssimo de nosso Jesus e sob o manto da carinhosa Mãe Maria.
- Todas as palavras que se dizem entre amigos, eu as guardo dentro do meu coração e ali as gravo para não esquecer jamais.
Alegria
- Alegro-me de que a alegria espiritual floresça também entre os sacerdotes de São José.
- Quando em meio às alegrias terrenas podemos fazer resplandecer também um raio das alegrias que vêm do céu, então nosso coração se sente mais satistfeitos, nossa felicidade mais completa.
- Vivamos sempre alegres, para aderirmos ao preceito: servi ao Senhor com alegria.
- Devemos mostrar tamb[em externamente aquela santa alegria e gozo espiritual que Deus nos infunde no coração: e isto tanto quando estejamos sós, como quando estamos acompanhados, conservando sempre um ar doce, alegre, sereno também que alegre aos outros; de tal maneira causaremos felicidade aos outros com os quais convivemos e poderemos ao mesmo tempo avançar a grandes passos na perfeição.
- A tristeza é inimiga do bem.
- Devemos ser antamente alegras, sempre contente em tudo, até mesmo de nossas quedas, porque nos fazem humildes.
- Por meio da santa alegria será mais fácil evitar os escrúpulos e vencer as tentações: e mesmo que possa acontecer que em sua parte inferior não sinta alegria sensível e se enconte em nuvens de tristeza, a superior superior, entretanto, esteja sempre em serenidade.
Alegria (sensível)
- Não peçamos consolos terrenos que passam com o tempo e sim consolos celestiais que duram por toda a eternidade.
Amabilidade
- Quem é superior deve ter um coração de mãe para com seus subordinados: com freqüência as mães devem experimentar o remédio antes de dar à criança, assim também os bons Superiores devem, antes de fazer uma correção, por-se no lugar do outro e considerar que efeito lhes produziria: deve o Superior ser manso, mais que rigoroso e severo.
Amar e Sofrer
- O homem tem um coração para amar e um corpo para sofrer. Esta idéia sobressai em todos os escritos dos santos: expressa de mil maneiras distintas, porém sempre a mesma: reparação, sacrifício: (ou sofrer ou morrer).
Ambiente
- O grande Beccaria escrevia que os ânimos humanos, como os fluidos, se põem sempre ao nível dos objetos que os rodeiam. Esta verdade concorda exatamente com o meu tema; falando de coisas boas e úteis sinto em mim uma força que me levanta acima e uma região mais pura e serena que não é esta nossa terra; sinto um instinto, uma aspiração ao Céu. Então, se falando, escrevendo meditando coisas belas nossa alma se embeleza e melhora, por que não falar, escrever sempre coisas boas?
Amor
- Esta palavra é inesgotável; resume todas as outras; sem ela todas as demais seriam frias como um sepulcro. Alegra e enobrece, e encaminha à meta celestial a jornada da vida. Mas esta palavra inefável não se pronuncia com os lábios, nem se escreve com a pena, a articulação da língua e o movimento da mão nada valem quando não bate o coração, o coração que faz vibrar a língua, o coração que tenha recebido a primeira sacudida do Eterno amor.
- O mais freqüente que possamos, repitamos: Nunc coepi: agora começo, com toda a fé e então nos esforcemos para crer no amor.
Anjos
- Imaginemos o anjo da guarda como a um irmão, sejamos agradecidos por sua presença, quando estamos sós, e não nos entediaremos com a solidão.
- Quando o demônio nos molesta não devemos ter medo; basta a mão do anjo da guarda.
- Em tempo de espiritsmo o culto aos Anjos: reanima-lo em família.
- Ânimo! que o nosso bom anjo da quarda seja nosso guia.
Apostolado
- Trabalhemos, trabalhemos todos do modo e com a intensidade que Deus quer; Ele sabe coordenar bem nossas fadigas com seus desígnios.
- Oremos. Nestes dias a oração é o maior, o mais poderoso apostolado.
- Também o pouco é algo, e fazer barreira ao mal em nossos dias já é um grande bem.
- Uma boa palavra vale um tesouro e o Senhor não deixa nunca sem recompensa a menor ação feita para sua glória e em benefício de nosso próximo.
Aridez
- Quando nos sentirmos em aridez, aflitos, desconsolados e nos parece que o Senhor nos tenha abandonado, não nos deixemos abater nem fiquemos agustiados, e sim soframos com calma e resignação, unindo nossa pena àquela que sentiram Maria e José na perda de Jesus. Noão queiramos rebuscar e esquadrinhar as causas pelas quais Deus nos atribula. Levemos com resignação nossa pena pedindo a ajuda do Senhor para resistir e triunfar; mas não desejemos buscar a Jesus como o buscava José e Maria, que se digne fazer-se encontrar outra vez. Busquemo-lo no templo com Maria e José, ou seja, na oração e no recolhimento interior, busquemo-lo mais que tudo nas obras, cumprindo perfeitamente a vontade de Deus; e Jesus por fim nos consolará.
Armas Espirituais
- Armemo-nos e armemo-nos logo: a oração, o desapego das coisas que passam, o zelo pelas coisas de Deus, a fome e a sede de justiça, a laboriosidade para o resgate das almas, o espírito de sacrifício, de mortificação, de penitência, estas são as armas que devemos afiar, deitados a mesma bandeira, prontos para o chamado, exército permanente da Igreja, a qual nos chamou em sua defesa contra inimigos poderosos e numerosos.
Confiança em Deus
- A confiança em Deus dá medo ao demônio.
- Viver dia a dia.
- Cremos em um homem. Como não creremos em Deus?
- A Igreja tem, todavia, tais recursos que faz tremer os seus inimigos.
- A questão do dinheiro tem nos detido demais em baixo, é tempo de dizermos "corações ao alto". E por ocasião dos exercícios espirituais Deus o enche daquela confiança que sustentava o nosso Patrono em todos os passos de sua vida.
- Cristo ressuscitou: Cristo vive; Cristo reina; Cristo está no meio de sua Igreja grandioso e formidável. Ele disse uma grande palavra: confiança, eu venci o mundo. Lutemos e esperemos.
- As forças internas da Igreja se multiplicam na razão contrária a seus recursos externos.
- Renovemos o espírito a cada momento e descansemos na misericórdia do Senhor, que absorve todas as fraquezas de nossa natureza enferma.
- O Senhor sempre faz o que é melhor para o nosso maior bem.
- Oremos ao Senhor nestes santos dias e o bom Jesus se disporá a ajudar-nos em todas as nossas necessidades.
- Deus vela sobre nós com a mais terna solicitude.
- Quando nos ameça algum perigo então é tempo de confiar em sua Providência e abandonar-nos a ela como um menino entre os braços de sua mãe.
- Fazendo a obra de Deus em silêncio, sem confiar nos homens e em nós mesmos, mas bem cheios de esperança na ajuda sobrenatural, tudo caminha melhor.
- Tudo acontece através da cadeia do tempo e o tempo está nas mãos do Senhor.
- O Senhor nos visita, mas não recusará nossas orações, com as quais lhe suplicamos que nos trate paternalmente, dando-nos agora a força da reisgnação e depois a graça da consolação.
- Alegremo-nos de que terminaram as contradições e de que faltam adversários para fazer-nos crescer na confiança em Deus.
- No tempo devido (o sabemos por experiência) desaparecem as dificuldades e muda o ânimo de quem as causava e a obra de Deus caminha cercada de novos favores.
- Todo conselho de prudência humana é mais um estorvo que uma ajuda nas obras de Deus.
- Não contemos com a ajuda das riquezas, dos apoios, da estima e dos estímulos do mundo. Ao contrário, que tudo se realize por princípios de fé, com uma ilimitada confiança na ajuda do céu e um sentimento inabalável de agradecimento ao Senhor e somente a Ele, seja na abundância, como na escassez, recordando o "basta a cada dia o seu cuidado"
- Confiemos em nosso bom Deus em toda circunstância; mas seja a nossa confiança como a de um menino, sem levar em conta tantas coisas e tantas preocupações.
- Um menino quando se encontra nos braços de sua mãe e pode estreita-la ao colo, se sente seguro e não tem mais medo de nada, mesmo quando sua mãe é pobre e fraca. Certamente a mãe não poderá lutar contra certos perigos nem defender o menino de todos os inimigos; mas o menino não consegue pensar em um refúgio mais seguro que o seio materno. Com efeito, o amor materno às vezes realiza prodígios, já foi visto mães arrancar o seu filho da boca de uma fera e das chamas de um incêndio! E pensar que este amor não é onipotente e às vezes é menor do que seria necessário. Mas não é assim com o amor de Deus, que tudo pode o no qual nós devemos recorrer pondo-nos nos braços da providência como um menino nos braços de sua mãe. Nossa confiança em Deus deve ser exatamente como a de uma criança, porque Deus nos ama mais que uma mãe.
- Ficar demasiadamente ancioso em relação à graça espiritual que pedimos e que necessitamos pode se constituir num impedimento: devemos entregar-nos nas mãos de Jesus que nos ama tanto e que não permite que caia um fio de nossa cabeça.
- O Senhor nos promete interessar-se de nós com a condição de que nós nos interessemos dEle. Com efeito Ele disse: Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado.
- Somos tão pequenos de coração que se uma angústia nos surpreende, imediatamente caímos em ansiedade e desânimo; mas o Senhor nos disse: Acaso pode uma mãe esquecer-se de seu filho? Bem, mesmo que uma mãe se esqueça de seu filho de colo, eu não me esquecerei nunca de vocês.
- Nas bodas de Caná Maria Santíssima não disse a Jesus que fizesse um milagre providenciando o vinho que faltava, apenas lhe expôs simplesmente a necessidade dos noivos, dizendo-lhe: eles não têm mais vinho e deixando Ele atuar. Assim devemos fazer nos também em nossas necessidades e misérias: abrir nosso coração a Ele, que fará o que lhe parecer melhor para o nosso bem.
- Confiar em Deus e não confiar em si mesmo.
- Jesus estava na pequena barca e dormia: o bom Jesus às vezes parece que dorme, mas está bem acordado. Nas tristezas e adversidades da alma parece que Jesus dorme: não, não. Ele não dorme. Ele vê tudo: devemos confiar nEle. Ele está cheio de bondade: quer ajudar-nos.
- Quando a tempestade enfurece e tudo parece perdido, o bom Jesus estende sua mão e acalma os ventos e as tempestades, devolvendo a paz a nossas almas.
- Jesus aparece primeiro a Maria Madalena e a Pedro, os dois penitentes, mostrando-lhes deste modo seu amor preferencial. Devemos humilhar-nos recordando nossas faltas passadas, e devemos ao mesmo tempo confiar em Jesus, que perdoou e preferiu a Madalena, e perdoará e ajudará também a nós.
- São Pedro disse a Jesus: afaste-se de mim que sou pecador, mas ao mesmo tempo imediatamente se lançava aos seus pés para abraçá-los e beijá-los. Assim nós, quando nos aproximamos da Santa Comunhão devemos dizer de coração as palavras que a Igreja nos põe nos lábios: Senhor, não sou digno que entreis em meu coração, mas ao mesmo tempo devemos ir e receber a Jesus com amor e confiança de receber suas graças.
Cruz
- Diante de Cristo Crucificado devemos experimentar vários sentimentos, todos santos: sentimentos de compaixão considerando as dores muita profundas de Jesus, sentimentos de aflição ao pensar que temos sido nós a causa de tantos sofrimentos, sentimentos de alegria e agradecimento por tantos benefícios que nos consegue a Paixão do Senhor, sentimentos de dor pois por causa das tentações, paixões e más inclinações nos temos nos aproveitado dos benefícios da Redenção; sentimentos de confiança e esperança pensando que Jesus venceu e derrotou o demônio: este é o sentimento que deve prevalecer: na cruz, com os braços abertos nos convida sobretudo à confiança; os golpes da ira divino Ele os recebeu todos sobre si e para nós guardou somente a misericórdia.
Fé
- Deus muitas vezes nos tem feito tocar com as mãos suas verdades concedendo-nos graças e favores especiais, dando-nos provas evidentes de seu amor; mas talvez não temos feito caso e temos fechados os olhos à luz.
- Sem fé não podemos nos salvar.
- Às vezes fazemos com o Senhor como o menino com a sua mãe: não nos atrevemos a desobedecer abertamente, mas ao mesmo tempo desejamos fazer nossa vontade. Ao contrário, devemos humilhar-nos e rogar ao Senhor que cure nossas enfermidades espirituais, mas da maneiro que Ele quer; devemos ser obedientes e mortificados, mas na medida que Ele quer.
- Nossa fé no Senhor deve ser simples, total, incondiciconal. Às vezes queremos por regras ao Senhor determinando o como e as circunstâncias nas quais Ele deve realizar seus milagres e dar suas graças. Isto desagrada ao Senhor. Tambpem na antiga lei o Senhor exigia, quando falava, uma fé absoluta e total. Abraão é abalado por sua fé por que acreditou a pesas de todas as aparências contra.
Humildade
- Grande meio contra as tentações é humilhar-se.
- Muitos se fizeram santos pela humildade.
- Da humildade nasce também a castidade, a obediência, a paciência, a fortaleza e todas as outras virtudes.
- Jesus no Santísimo Sacramento nos dá um claríssimo exemplo de humildade: Ele se humilha ao garu de esconder-se debaixo das humildes aparências de pão e vinho para vir até e nós e nós devemos ir a Ele para que nos una consigo pelo mesmo caminho da humildade, condiredando-nos sempre o que somos, ou seja, miseravelmente nada.
Igualdade de Espírito
- Sempre igualdade de espírito
- Igualdade de espírito: não demasiados alegres nem demasiados tristes; igualdade de rosto: nem demasiado severo, nem demasiado familiar; igualdade nas orações: nem demasiado depressa nem demasiado devagar.
José (São)
- Ó glorioso São José, não se esqueças de nós que caminhamos arrastando estas míseras carnes na dura terra do desterro. Tú que depois da Virgem bendita foste o primeiro a estreitar nos peitos o Redentor Jesus, sê nosso exemplo em nosso ministério que como o teu é ministério de relação íntima com o Verbo Divino. Ensina-nos, ajuda-nos, faz-nos dignos membros da Sagrada Família.
- Tu, São José, que fostes tão humilde e tiveste a alegria de viver junto a Jesus, vendo o que ele fazia, fala-me ao coração, faz-me aprender tudo da vida de Jesus tão santa e tão imitada por ti.
Maria (Santa Escravidão)
- E Maria? Sem Ela, mãe amantíssima, como nos atreveríamos a encaminhar-nos, pobres que somos, por caminho inexplorados? Jesus, Maria e José, anjos e nossos santos protetores, queremos caminhar convosco: qual é o caminho mais seguro?
- A Igreja nos dá como guia e mestra a Maria Santíssima e quer que consideremos o Coração de Maria, que é um nítido espelho no qual se refletem todos os afetos de Jesus.
Maria Santíssima
- Admiremos a diligência de Maria nas Bodas de Caná: ela está toda atenta em cuidar para que tudo corra bem, que todos sejam bem servidos e bem atendidos e não falte nada a ninguém. Esta amorosa atenção de Maria é imagem de seu cuidado espiritual com que ele vela sobre nossas almas para descobrir as necessidades e faltas e providenciar a tempo.
- Desde pequenos, antes de conhecer o mistério da Eucaristia, nos ensinaram a devoção a Maria: felizes somos nós que tivemos tão boa educação.
- Assim, pois, confiança total em Maria e tratar de merecermos sua proteção prestando-lhe nossos serviços de filhos: estes devem consistir não só em rezar a Ave Maria ou o Santo Rosário, ou oferecimento de flores ou de alguma visita a seus alteres, mas, acima de tudo, na imitação de seus exemplos e fazer o que Ela deseja.
Morte
- A alma está reservada no céu para quem sabe morrer triunfalmente.
- Que seria de nós se a morte nos surpreendesse neste momento?
- Façamos todas as coisas como se depois tivéssemos de morrer e fosse a última ação de nossa vida.
Mundo
- Vocês estarão no mundo, mas não pertencerão ao mundo, nem o mundo poderá ter direito algum sobre vocês: se encontrarão rodeador pela iniquidade da terra, mas se conservarão puros e imaculados.
Oração
- Meu Senhor, rogo-te pelos que vivem na abundância de todos bem, para que na alegria se recordem de estar em terra de desterro. Rogo pelos que gemem debaixo do peso da desgraça, para que na tristeza se recordem que estão a caminho do céu. Rogo pelos que estão sepultados para que durmam o sono da paz. Rogo por mim que sou nu perante a tua presença, para que me vistas do hábito da minha primeira inocência. Rogo por todo peregrino da família de Adão: que sejas guia no deserto para chegar à salvação na pátria Celestial.
- A oração é meio seguro de perfeição. Ela deve ser considerada como o substrato de todas as nossas ações.
- Ao despertar de manhã o primeiro pensamento haverá de dar-lo a Deus. A Deus oferecer aquele pequena violência que exercemos sobre nós mesmos para nos colocar-nos prontamente da linha do dever: um momento de complacência satisfazendo a preguiça poderia prejudicar as boas disposições de toda uma jornada inteira.
- Para remover possivelmente todas as distrações na orações, ao entrar na capela se imponha rigoroso silêncio à mente e ao coração. Age quod ages! Crie o hábito de colocar-se imediatamente na presença de Deus e estar diante dEle por todo o tempo dedicado à oração.
- Fazer com fruto as meditações espirituais.
- Conservar nossa alma em contínuo estado de elevação a Deus.
- Oremos. Neste dias a oração se tornou o maior apostolado, o mais poderoso. Oremos e façamos rezar.
- A comunhão da oração, depois da Eucaristia, é o mais consolador ponto de fé no símbolo (creio). Todos os outros nos causam temor: este ao contrário, nos põe nas mãos um poderoso meio de fazer violência, por assim dizer, à misericórdia de Deus.
- Orar e não deixar de orar. Se pode orar sempre se se faz tudo por Deus, tudo por seu amor. Esta resolução há de se fazê-la de manhã, depois bastará renová-la durante a jornada pondo-se a mão ao coração, cumprindo com empenho todos os deveres de nosso estado elevando, com frequência nosso coração a Deus com alguma ardente aspiração: Senhor, tudo por ti.
Penitência
- A penitência que nos manda o Senhor é sempre a melhor.
- Minha penitência é fazer o bem e com exatidão o que manda a regra.
- O jejum não consiste apenas em abster-se dos alimentos, senão também na mortificação dos sentidos, das potências da alma e das paixões do coração.
- Não é preciso recorrer a penitências extraordinárias, basta praticar a penitência ordinária, que consiste em sofrer diariamente tudo o que Deus dispõe, observar exatamente as leis de Deus e os deveres de nosso estado e isto não de vez em quando, mas constantemente; esta pode parecer uma penitência fácil e ordinária, mas custa mais e é de maior mérito que as penitências extraordinárias. Devemos pois aceitar tudo o que Deus dispõe ficando totalmente resignados com sua contade, persuadidos de que qualquer coisa que o Senhor disponha é para o nosso bem, seja os acontecimentos públicos que se referem a todos, seja os que se referem apenas apenas a pessoas determinadas: tudo concorre para nosso bem.
- O que às vezes parece ser uma desgraça, como uma enfermidade, um infortúnio, uma morte, é ao contrário uma graça.
- Este tipo de penitência desconta nossos pecados passados e nos preserva dos novos.
- Maria Santíssima e São José praticaram esta penitência: eles não eram conhecidos e admirados pelo mundo, mas eram bem conhecidos por Deus.
- Imitemos Maria Santíssima e a São José em sua penitência ordinária; que sejam eles nosso exemplo.
Perseverança
- Confirma, ó Senhor, o que tens realizado em mim e conduz ao término o trabalho que haveis começado em minha alma.
- Se nós não temos a necessidade de voltar ao rebanho, como muitos pobres pecadores, as orações de nossos irmãos servirão para fazer-nos perseverar no rebanho e progredirmos no bem.
- Não são os que começam bem a quem se dá o prêmio, senão aos que perseveram até o fim.
- Querer sempre, a todo custo.
- Não vale começar, não vale fazer propósitos e os cumprir por um certo tempo esta ou aquela virtude, senão se perseverar até o fim.
- Devemos pedir ao Senhor a perseverança: esta é uma graça que Deus concede somente a quem a pede insistentemente.
- Quantas vezes de manhã, depois de haver recebido Jesus no coração, lhe prometemos que não o deixaremos jamais, e depois ao contrário, antes que chegue a noite já o teremos deixado na areia do deserto e não o teremos entre nossas mãos sempre, como o faziam, durante a fuga para o Egito, Maria e José, os quais o defendiam e eram por sua vez defendidos por Ele. Jesus se queixa amargamente dizendo-nos: Me abandonas assim?, e nós surdos às suas queixas preferimos escutar o capricho do momento, a paixão que nos move, o amor próprio, aí caem tantas promessas nossas.
- O remédio contra nossa inconstância devemos buscá-lo aos pés de Jesus, aqui encontraremos aquela força que é necessária para o cumprimento de nossos propósitos.
- Ânimo! Quem luta será coroado.
- O demônio buscará tentar-vos para mover-vos de vossas resoluções, mas vós perseverareis constantes nos propósitos.
Pequenas Coisas
- Peçamos a Deus a sua santa graça nas pequenas coisas.
- Animemos-nos à imitação de Maria Santíssima Imaculada, a qual praticou perfeitamente as pequenas virtudes que a elevaram depois a tão eminente santidade e grandeza.
- Admiremos aquela inefável beleza da alma de Maria, a qual é um formosíssimo desenho que consta de muitos pequenos pontos, todos perfeitos. Com efeito, a beleza de Maria não se compõe senão de muitas pequenas virtudes, mas todas perfeitas que, reunidas em sua bela alma, a fizeram tão bela, tão grande, tão querido do Senhor.
- Humilhemo-nos e peçamos a Deus muitas graças, também graças extraordinárias, mas em especial a de vencermos nas pequenas coisas, as quais por serem pequenas não se faz tanto caso, enquanto a natureza, tratando-se de atos repetidos muitas vezes, sente maior inclinação e não quer afastar-se delas. Ela talvez se dobra uma, duas, três vezes e depois a quarta, embora se trate da coisa mais pequena e mais fácil de vencer, se rebela e não quer dobrar-se.
- Oremos a Deus que nos dê aquela santa humildade e perseverança com as quais possamos sempre dominar nossa natureza rebelde, com zelo constante e firme.
- A alma deve estar atenta a não cair nem nas culpas mínimas, as quais se não destroem o amor divino, o entorpecem (diminuem o entusiasmo) e esfriam.
- Não devemos entreter-nos em pensamentos e conversações inúteis, e sim os evitarmos cuidadosamente: deste modo poderemos estar mais unidos a Deus.
- O grão de mostarda é considerado a semente mais pequena entre as que germinam na horta e no entanto se desenvolvem tanto que chegam a ser uma árvore: por isso representam bem as pequenas virtudes, as quais podem produzir uma grande santidade. Com efeito, os grandes santos chegaram á sua santidade não tanto pela prática de virtudes extraordinárias, para as quais as ocasiões são raras, mas com os atos repetidos e incessantes de pequenas virtudes.
- Assim São José, não fez coisas extraordinárias: mas com a prática da virtudes ordinárias e comuns chegou àquela santidade que o eleva sobre todos os demais santos. Também Jesus não fez sempre atos extraordinários e heróicos, como deixar sua mãe e morrer na cruz, mas quantos pequenos atos de virtude fez Ele e com quanto méritos.
- Quantos pequenos atos de obediência, humildade, paciência podemos fazer. Estas pequenas virtudes não conhecidas pelos homens, mas muito agradáveis a Deus, fazem subir a uma alta perfeição e formam a árvore da santidade cuja semente não é mais que um pequeno grão.
- Quanto desejou São Luís poder fazer como Francisco Xavier indo a converter aos infiéis nas terras de missão. Mas o Senhor quis dele sacrifícios pequenos, se bem que numerosos e frequentes, e ele com a observância perfeita de sua regra pode ganhar um lindo trono de glória.
- A resolução que temos de tomar é a de valorizar muito as pequenas virtudes, de cumprir momento a momento o que Deus quer, no tempo, no modo e nas circunstâncias que Ele determinou, e ficando com o coração tranquilo em quite, persuadidos que como o Senhor tem guiado outros para a santidade, assim com sua graça nos guiará também, contanto que sejamos dóceis à sua vontade, e caminhemos ao passo, com sua graça, sem dar nunca nenhum passo, nem mais curto nem mais longo porque de uma ou de outra maneira corremos o risco de tropeçar caminhando contra a vontade do Senhor.
- Sejam extraordinários nas coisas habituais.
- Não conformar-se em pedir pouco, sejamos atrevidos e peçamos a graça de realizar grandes coisas: mas não o fazer milagres, fazer penitências duríssimas ou outras coisas que chamam a atenção do mundo: não, não são estas as coisas que nos farão progredir na santidade, mas as vitórias sobre o nosso amor próprio, sobre as paixões que nos custam violência e tantos esforços. Estes atos são verdadeiramente grandes, e, se bem ocultos aos olhos do mundo, nos fazem agradáveis aos olhos de Deus.
- Buscar sempre a perfeição em todas as coisas, mesmo as mais pequenas.
Tentações
- Lembre-se que é a tentação que fecunda os bons frutos.
- O demônio cumpre sua tarefa quando nos tenta e nós a nossa recorrendo a Deus.
- Nas tentações é necessário a paciência.
- No mar da vida nós, como os apóstolos no mar da Galiléia, cruzamos sobre nossa frágil barquinha, suspirando sempre por chegar ao porto do céu. Lamentavelmente às vezes se levanta uma inesperada e tremenda tempestade: tudo se faz escuro e a pobre barquinha de nossa alma, devido ao poder dos ventos que chocam entre si, é sacudida e levantada com violência pelas águas ameaçadoras que parecem tragá-la em seus redemoinhos. Trêmulos e cheios de medo, nós vamos até o Senhor dizendo-lhe como os apóstolos: salva-nos, pois estamos perdidos. Ele poderia nos responder: Homem de pouca fé, por que este medo, que é falta de confiança? Com efeito, desde o momento em que temos Jesus em nossa barquinha, por que nós teríamos que temer?
- O demônio sempre dá voltas ao nosso redor para encontrar como fazer-nos cair: confiemos sempre em Deus e na proteção da Virgem.
- Sabemos muito bem todos e cada um em particular a quantas tempestades, grandes ou pequenas, foi submetida nossa alma desde a mais terna idade, tempestades das quais fomos salvos por pura misericórdia divina. E como poderíamos resistir sozinhos a essas ondas furiosas, vencer aqueles terríveis furacões, se não fosse Jesus quem estava em nossa barquinha estendido sua mão divina e obedecidos prontamente os ventos e as tempestades? Por que então teria agora retirar aquela mão piedosa que tantas vezes nos salvou do naufrágio? Não nos perturbemos pois quando vem o ímpeto da tentação a perturbar a calma de nosso coração; conservemos a paz, com grande confiança no Senhor, e se parece que Ele dorme porque não sentimos sua divina presença, pensemos que Ele se encontra no fundo de nosso coração, de onde assiste em silêncio a nossa luta para ver o que somos capazes de fazer: enquanto isso dá-nos a graça para resistir e a força para vencer.
- Quando o demônio nos tenta, temos de dizer de coração: não quero ofender a Deus.
- Quanto às tentações, temos de despreza-las, como a um cão que ladra mas não morde.
- O demônio é como um cão acorrentado; pode ladrar, mas não pode morder, senão a quem se aproxima.
- Não temos que temer o demônio.
- Quando sentimos que o demônio nos tenta, ponhamo-nos nos braços de Maria, como meninos nos braços de sua Mãe.
- Jesus permitiu ser tentado para nosso exemplo e consolo.
- Nas tentações não é preciso ter medo: quando há medo com as feras, é pior; porque elas tornam-se atrevidas e mordem, assim faz aquela fera que é o demônio, se temos medo e nos angustiamos.
- O demônio não faz com as almas piedosas como pode fazer com os grandes pecadores que abertamente se entrega ao mal; com as almas devotas que se entregaram a Deus, dedicando-se ao seu serviço, usa outras artimanhas, recorrendo à simulação. Por exemplo, ele trata de persuadir-nos que em tal caso com tal pessoa temos de reagir e não deixar pisar; que ao dizer tal palavra, ao fazer tal ação não há nada de mal; que estamos em nosso pleno direito e talvez tenhamos a obrigação. Para isto nos trará boas razões e talvez até citará a Sagrada Escritura, como fez com Jesus no deserto escondendo debaixo da aparência de honestidade sua maldosa intenção. Assim raciocinando a sua maneira ofusca a inteligência e coloca em inquietude o coração, chegando as vezes a fazer-nos inclinar para o seu lado.
- Grande remédio contra a tentação é humilhar-se.
- Temos de prevenir-se contra as tentações como fez Jesus, ou seja, com a mortificação, o recolhimento, a oração.
- Nas tentaçõs, nunca discutir com o demônio, porque há o perigo de cair em seus laços.
- En lugar de ficarmos discutindo com ele que é tão astuto, protejamo-nos imediatamente com as palavras do Senhor: Vade retro, satanás: vete satanás. (vai embora, satanás).
- Os grandes santos foram provados por grandes tentações.
- São muitos os demônios; mas se temos as portas dos sentidos bem fechadas, não poderão entrar em nossa alma.
União com Deus
- Os do mundo se desejam muitos anos de vida, nosso voto seja este de viver em Jesus Cristo: sim, vivamos nEle e com Ele.
- Devemos sentir uma grande alegria porque podemos ter sempre Jesus conosco; mas devemos ter também um saudável temor porque podemos perdê-lo pelo pecado.
- Imensas são as vantagens de que obtém da união com Deus no santo recolhimento. Vejam a Jesus, Maria e José, os três maiores personagens que já viveram nesta terra. Que faziam eles em Nazaré? Nada de grande e extraordinário aparentemente; n'ao realizavam senão ocupações humildes e ordinárias, próprias de uma família trabalhadora. Mas estando eles animados pelo espírito de oração e de união Deus todas as suas ações assumiam um valor e esplendor imenso aos olhos do céu. Não se trata pois de fazer ações extraordinárias, senão se fazer em cada coisa a vontade de Deus. Sejam pequenos ou grandes os trabalhos que nos foram confiados, basta que os façamos por obediência à vontade de Deus e conseguiremos por eles grandes méritos.
- Imitemos a Maria Santíssima e a São José, tão escondidos e tão interiores: eles que tanto admiravam e imitavam a Jesus.
- Imitemos a São Francisco de Sales: mesmo que estivesse muito ocupado, estava sempre sereno e tranqüilo: mesmo quando só em seu quarto ele era sempre muito modesto, porque se conservava sempre na presença de Deus.
- Vivamos da fé, como deve viver o justo: sempre na presença do Senhor.
- Peçamos a São José o recolhimento e a união com Deus.
- Quando o espírito etá unida a Desus espiritualiza também o corpo.
Vanglória
- Sufocar sempre a qualquer custo mesmo os pequenos movimentos de vanglória: é uma grande insidiosa da virtude.
- Quando surge um pensamento que se refere a nós mesmos, asseguremo-nos que não seja perigoso ou façamo-lo esperar.
- A vanglória é um fuído muito sutil que se insinua por todas as partes, pode haver nas palavras, nas ações, até no silêncio. Desconfiar, desconfiar: a Deus somente a honra e a glória.
Vigilância
- Os paladinos da Idade Média estavam sempre vigilantes para que a covardia de um instante não viesse a faze-los perder a glória adquirida em longos anos. Nós também devemos vigiar ao nosso redor com a mão sobre o punho da espada e o olho fixo em Cristo.
- Dois olhos estejam alertas, um pouco da malícia da raposa, um pouco da prudencia da serpente, um pouco de comportamento de leão, um pouco de medo do cristão. Aqui está o que você deve resguardar-se nas circunstâncias presentes e futuras.
- Estar atentos às palavras que se dizem parece uma coisa pequena e na realidade é uma grande virtude.
- Vigilância contínua do pensamento, se nossas ações são conformes à regra à qual nos tenhamos imposta.
- Nós não devemos presumir de sermos fortes e bem defendidos, a ponto de nos expormos imprudentemente aos perigos; ao contrário devemos armar-nos da sábia e vigilante prudência que nos defende das artimanhas do inimigo e dos perigos e seduções do mundo.
- Ver Jesus no rosto das criaturas.
Zelo
- Não há lugar nem tempo no qual não se pode fazer alguma coisa. Toda palavra, todo passo, todo desejo pode ser a matéria prima dos interesses de Jesus.
- Em uma espantosa variedade de modos se está demolindo o reino de Deus. Tratemos de fazer por todas as partes nosso trabalho de restauração com a ajuda do céu.
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